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15 de Junho de 2018

Temor de notícias falsas faz renascer disposição de pagar por informações jornalísticas

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A preocupação com notícias falsas e a alfabetização midiática estão entre os principais motivos que levam as pessoas a investir na garantia de informações de qualidade e credibilidade oferecidas pelas empresas jornalísticas. O número médio de pessoas que pagam por notícias online, afirma a pesquisa Instituto de Estudos de Jornalismo da Reuters, subiu em muitos países, e o modelo de paywall tem sido adotado por companhias de diversas regiões do mundo.

O caso mais representativo desse fenômeno talvez seja o dos Estados Unidos, onde o ritmo de crescimento de novas assinaturas dos grandes jornais é o mesmo desde 2016, impulsionado pelo impacto das fake news na eleição presidencial daquele ano e, ainda, pelo estilo de governo do presidente Donald Trump, em permanente guerra à imprensa. Em alguns países, como na Espanha e no Reino Unido, a pesquisa identificou o fortalecimento de outros sistemas de financiamento ao jornalismo, com base em doações ou em modelos associativos. Esses pagamentos, afirma a pesquisa, estão intimamente ligados à crença política e vêm dos jovens em maior proporção.

Em um país tão apaixonado pelas redes sociais como é o Brasil, os jornais têm procurado inovar, diversificar, incrementar investimento no meio digital e concentrar esforços em modelos de paywall. Dessa forma, procuram evitar uma dependência do tráfego de audiência via redes sociais e, ao mesmo tempo, suplantar as perdas com o recuo da circulação das suas versões impressas. Nos últimos três anos, o número de cópias impressas vendidas dos onze principais jornais pagos caiu 41,4%, enquanto a circulação digital aumentou 5,8%, segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC). Atualmente, cerca de 22% dos brasileiros pagam por notícias online – o quarto maior índice entre os 37 países pesquisados.

Outro movimento de grande impacto mencionado pela pesquisa é a decisão do jornal Folha de S.Paulo, em fevereiro, de parar de publicar seu conteúdo no Facebook, logo depois de a rede social passar a priorizar publicações pessoais, reduzindo a visibilidade de postagens noticiosas, entre outras. Segundo dados compilados pelo jornal paulista, o número de interações (compartilhamentos, comentários e curtidas) geradas pelos dez maiores jornais brasileiros no Facebook caiu 32% em janeiro, quando comparado ao mesmo mês do ano passado.

Embora os números estejam mudando lentamente, a TV continua sendo a mídia mais poderosa do país. Um dado curioso no Brasil fica por conta do crescimento no uso de bloqueadores de anúncios, quase um terço no último ano, o que denota maior preocupação com questões de segurança e privacidade.

 

Fonte: Redação ANJ Associação Nacional de Jornais https://bit.ly/2JWYTA6

Com informações da pesquisa Reuters Digital News Report 2018.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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