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03 de Maio de 2018

Grupos de famílias no Whatsapp são os que mais propagam Fake News, aponta estudo

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O projeto acadêmico Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), realizou estudo que aponta que os grupos de famílias no Whatsapp são os que mais propagam Fake News. A constatação veio de um levantamento em que se avaliou a rapidez e intensidade da propagação de notícias pagas envolvendo a morte da ex-vereadora Marielle Franco, e está a disposição no blog do projeto (https://www.monitordigital.org).

Segundo o estudo, o boato mais compartilhado foi um texto ligando Marielle ao traficante Marcinho VP, quando mais de 915 entrevistados receberam a mensagem. Questionados de onde receberam, 51% deles responderam que ela veio por grupos da família; 32% receberam em grupos de amigos e 9% de colegas de trabalho.

Não há ainda uma certeza sobre o motivo de grupos familiares compartilharem mais Fake News. Mas uma das hipóteses, levantada por um dos responsáveis pela pesquisa, o professor Pablo Ortelado, em entrevista ao Portal Comunique-se, é a de que em grupos mais íntimos, as pessoas ficam mais à vontade para divulgar informações sem checar.

“O ônus é menor porque se você se expõe em família com um conteúdo assim especulativo, você provavelmente vai ser menos julgado do que se você estiver num ambiente mais impessoal, por exemplo, um grupo de trabalho, onde as pessoas vão te julgar, ou num grupo de amigos onde as pessoas podem ter opiniões mais dissidentes, contrárias”, disse o professor.

A propagação de Fake News nos grupos de Whatsapp também é turbinada pelo fato de serem de difícil monitoramento. No caso de Marielle, o primeiro boato circulou apenas duas horas e meia depois do assassinato. Os boatos circularam primeiro no Whatsapp, depois emergiram no Twitter e Facebook e ganharam ampla difusão quando foram relatados pela imprensa.

O “Monitor do debate político no meio digital” se autodescreve como um projeto que busca mapear, mensurar e analisar o ecossistema de debate político no meio digital. “Nossa ferramenta recolhe todas as matérias de política brasileira de centenas de veículos de comunicação e páginas de Facebook”, explica.

“Atualmente, podemos analisar o número de matérias produzidas e o número de compartilhamentos e comentários de cada matéria, por veículo e por categoria agregada; podemos também fazer análises quantitativas das palavras utilizadas nas manchetes e na descrição”, afirma o site do Monitor. O projeto mantém parceria com a Agência Lupa, que trabalha na identificação de Fake News.

 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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