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23 de Outubro de 2018

Grupos conservadores dos EUA criam redes sociais alternativas a Facebook, Twitter e YouTube

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Os conservadores dos Estados Unidos acusam as redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube (do Google) de hostilidade a posições de direita desde que essas empresas passaram a tomar algumas medidas, marcadamente a partir de março deste ano, para coibir conteúdo falso, desinformação e apologia ao ódio.

Como reação, informa o jornal The New York Times em reportagem reproduzida no Brasil pelo diário O Globo, consultores do Partido Republicano começaram a construir um universo digital paralelo onde seus clientes políticos definem as regras. Dezenas de milhares de americanos já estão usando aplicativos conservadores alternativos às mídias sociais mais conhecidas na campanha para as eleições legislativas de 6 de novembro.

Uma startup criou um aplicativo para o braço de lobby da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) que foi baixado mais de 150 mil vezes. Partidários do presidente Donald Trump podem baixar um aplicativo do Great America, um Comitê de Ação Política pró-Trump, ou o America First, aplicativo da campanha de Trump em 2016 que continua parcialmente ativo. Muitos apoiadores do senador Ted Cruz, do Texas, usam o Cruz Crew, um aplicativo criado para sua campanha de reeleição.

Os aplicativos entregam notícias selecionadas no que são na prática plataformas privadas de mídia social, livres das restrições e diretrizes de conteúdo impostas pelas gigantes do Vale do Silício. Alguns permitem que os apoiadores comentem as postagens ou contribuam com seus próprios posts, com menor risco de que suas mensagens sejam consideradas ofensivas ou abusivas.

Muitos aplicativos têm recursos semelhantes aos de videogames, nos quais os usuários podem ganhar pontos por fazer doações de campanha ou entrar em contato com os deputados dos seus distritos. Com uma certa quantidade de pontos, um usuário pode ganhar maior status — como "BigLeague" ou "Patriota" — ou até ganhar um lugar no conselho de líderes do aplicativo.

Essas miniplataformas também utilizam o alcance poderoso de redes sociais como o Facebook e o Twitter, mesmo competindo com elas. Alguns aplicativos dão aos usuários a opção de postar no Twitter ou no Facebook mensagens que são redigidas pelas campanhas, combinando a espontaneidade aparente das mensagens orgânicas nas redes sociais com a disciplina da publicidade paga.

"As pessoas de centro-direita sentem que as grandes redes sociais, como Facebook e Twitter, não são simpáticas a seus pontos de vista",  disse Thomas Peters, executivo-chefe da uCampaign, uma startup em Washington que desenvolveu os aplicativos NRA, Great America e Trump Campaign. "Queremos criar um espaço seguro para pessoas que compartilham um ponto de vista, que acham que as redes sociais abertas não são lugar para elas".

Fora do alcance do público em geral, no entanto, as plataformas podem intensificar a polarização política e a divisão social, ou disseminar a desinformação. Qualquer um nos Estados Unidos pode baixar aplicativos do uCampaign, disse Peters, mas eles permitem que a direção de uma campanha impeça que intrusos postem mensagens que desafiem as posições oficiais.

O aplicativo Great America, relata O Globo, combina posts entusiasmados sobre Trump com fotos de bichos e memes com frases anti-imigrantes, como "Ilegais hoje, democratas amanhã". O aplicativo também hospeda um ritual chamado "Fake News Friday", no qual  concede "pontos Trump" a usuários que postam memes ironizando os progressistas ou atacando a imprensa tradicional. “Esse é o começo da balcanização política das tecnologias de engajamento digital?”, pergunta Michael Slaby, estrategista de comunicação que supervisionou as campanhas online do ex-presidente Barack Obama. "Dado o tribalismo da atual política americana, é possível".

Foto: Pixabay / Leia mais em: https://oglobo.globo.com/mundo/direita-nos-eua-cria-redes-sociais-alternativas-facebook-twitter-youtube-23175455

Fonte: https://www.anj.org.br/site/component/k2/73-jornal-anj-online/13578-grupos-conservadores-dos-eua-criam-redes-sociais-alternativas-a-facebook-twitter-e-youtube.html

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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