17 de Julho de 2018
Educação midiática é decisiva para uma juventude exposta à desinformação nas redes sociais, diz especialista
[0] Comentários | Deixe seu comentário.As crianças e adolescentes não sabem diferenciar conteúdo noticioso de publicidade e, invariavelmente, fazem uso de informação pouco confiável e de procedência duvidosa. O alerta é da especialista Roxana Morduchowicz, doutora em comunicação pela Universidade de Paris e consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), para quem o ensino escolar precisa mudar e abordar a educação midiática.
O fenômeno do desconhecimento entre jovens ocorre porque essa faixa etária da população se informa basicamente pelas redes sociais, diz a estudiosa, em entrevista à Asociación de Entidades Periodísticas Argentinas (ADEPA). “O perigo que isso traz é que, nas redes sociais, a informação é parcial, porque depende de seus gostos ou de seus contatos. [A informação] está descontextualizada e fragmentada. Não é como em um jornal em que temos distintas notas para conectar e entender melhor o problema”, afirma Roxana.
Autora do livro “Ruídos na web. Como se informam os adolescentes na era digital”, a especialista detalha que os riscos estão presentes até mesmo quando os jovens buscam informação para seus estudos escolares, além das pesquisas para seus próprios interesses. “Utilizam o primeiro link que aparece; não checam, não comparam e não buscam segundos e terceiros sites na web”, afirma.
Roxana ressalta que, durante séculos, o principal trabalho da escola era distribuir informação, da forma acessível a toda a população. Hoje, diz, esse desafio não existe mais, porque a informação está ao alcance de todos via internet. “A escola tem outros desafios, que já não é o de distribuir informação, mas ensinar a pensar, a comparar, a checar, a organizar, a processar e a formar a própria opinião”.
Fonte: https://bit.ly/2zMixLm