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15 de Junho de 2018

Brasil lidera ranking mundial da preocupação com as Fake News, aponta pesquisa Reuters

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A busca por informação é cada vez mais digital em todo mundo e, na medida em que essa tendência avança, as pessoas revelam maior preocupação com notícias falsas e maior desconfiança com as redes sociais. Ao mesmo tempo, essa percepção tem contribuído para elevar, de forma gradativa, a credibilidade do jornalismo profissional e, também, o entendimento de que a qualidade jornalística depende de financiamento. As conclusões integram a edição deste ano da pesquisa Digital News Report, do Instituto de Estudos de Jornalismo da Reuters.

O estudo, feito por meio online com 74 mil pessoas, entre 18 e 55 anos, em 37 países, revela que mais da metade desse universo (54%) diz estar preocupada com o que é real e falso na internet. Nos países com forte polarização e intenso uso de redes sociais, esses índices são maiores. O Brasil, que terá eleições gerais neste ano, lidera este ranking, com um índice de 85%. Portugal (71%) Espanha (69%), Chile (66%) e Estados Unidos (64%) são outros países com altas taxas de preocupação em relação à desinformação na web.

Esse temor sustenta uma forte desconfiança das pessoas em relação às redes sociais. Apenas 23% afirmaram confiar nas notícias encontradas nessas mídias. De forma geral, o nível médio de confiança nas notícias permanece relativamente estável em 44%, diz o estudo. Mas confiança é maior (51%) quando se trata das mídias usadas com frequência pelas pessoas. O índice cai (34%) no caso das informações encontradas por meio de pesquisa.

Público está propenso a intervenção contra notícias falsas

O levantamento demonstra ainda que as pessoas com níveis mais altos de alfabetização de notícias tendem a preferir as marcas de jornais, e usam as mídias sociais para notícias de forma muito diferente da população em geral. Esses entrevistados também são mais cautelosos com as intervenções dos governos para lidar com a desinformação. O público em geral, porém, está mais propenso a uma intervenção do governo para estancar o fluxo de notícias falsas, especialmente na Europa (60%) e na Ásia (63%). Por outro lado, apenas quatro em cada dez americanos (41%) achavam que o governo deveria fazer mais.

Quanto à responsabilização por medidas capazes de corrigir o problema das notícias falsas, os entrevistados quase não diferenciam as empresas jornalísticas das redes sociais. A maioria dos entrevistados acredita que os publishers (75%) e as gigantes de tecnologia (71%) são os maiores responsáveis pela solução da desinformação online. Isso ocorre, segundo o estudo, porque grande parte das notícias sobre as quais os entrevistados se queixam vem da chamada mídia tradicional, reforçando a existência de sociedades marcadas pela polarização.

Paixão pelas redes sociais, mas com descrença

O cenário geral retratado pela pesquisa se reflete em parte no Brasil, que lidera a lista dos países em que a população está mais preocupada com as notícias falsas e, em paralelo, ser uma das maiores audiências de redes sociais do mundo. O estudo lembra que o país terá eleições gerais neste ano, na qual 145 milhões de eleitores estão aptos a votar e compara: segundo o site especializado Statista, somente o Facebook conta com 130 milhões de usuários brasileiros.

Mesmo com o elevado índice de temor quanto às fake news – e a ameaça de que o problema seja potencializado nas eleições – dois terços (66%) dos entrevistados dizem preferir mídias sociais como fonte de notícias, quase o mesmo percentual do ano anterior. No entanto, o uso do Facebook para buscar notícias diminuiu de 69% para 52% em dois anos. Mais: a confiança nas notícias em geral é de 59%, bem acima da depositada nas informações encontradas nas mídias sociais (32%).

Ao mesmo tempo, o uso do WhatsApp e do Instagram cresceu. O Brasil tem a segunda maior base de usuários no Instagram, com 50 milhões de usuários ativos por mês, enquanto o WhatsApp tinha 120 milhões de usuários no país em maio de 2017. Esse movimento explica-se pelo forte crescimento do uso de smartphones para notícias nos últimos cinco anos.

 

Fonte: Redação ANJ Associação Nacional de Jornais https://bit.ly/2JWYTA6

Com informações e gráfico da pesquisa Reuters Digital News Report 2018.

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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