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06 de Agosto de 2018

As redes sociais tornaram-se revendedoras de armas digitais, diz especialista em tecnologia do The New York Times

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Trabalhando há um bom tempo com uma gigantesca quantidade de dados da humanidade, o Facebook está envolvido quase todas as semanas em algum escândalo. Somente isso seria motivo suficiente para deixar as sociedades, pelo menos as democráticas, alarmadas. Mas o problema é bem mais profundo, segundo a jornalista especialista em tecnologia Kara Swisher, em artigo no jornal The New York Times, está na origem dessa e de outras redes sociais. “Facebook, Twitter e YouTube, do Google, tornaram-se os revendedores de armas digitais da era moderna”, enfatiza. Ao mesmo tempo, para manterem seus lucrativos negócios, permanecem fugindo de suas responsabilidades.

Todas essas empresas, em especial o Facebook, por meio do seu fundador e CEO Mark Zuckerberg, afirma Swisher, começaram com um discurso de transparência e a promessa de que trabalhavam na defesa da transformação coletiva e democrática do mundo, dando voz a quem, em tese, não a tinha. “Mas eles fizeram isso de uma forma que não imaginavam; transformando em armas praticamente tudo o que pudesse ser armado. Eles transformaram em arma as mídias sociais. Eles transformaram em arma a Primeira Emenda. Eles transformaram em arma o discurso cívico. E eles têm transformado em arma, acima de tudo, a política”, lamenta a jornalista.

Zuckerberg, a quem Swisher entrevistou em 2005, logo depois da fundação do Facebook, é um caso especial, diz a jornalista. Naquela época, o então futuro bilionário, que já demonstrava traços de sua arrogância, conta a jornalista, insistia muito com a ideia segundo a qual sua rede social era útil e benigna, quando na realidade se tratava de um negócio como outro qualquer, em busca de lucro. Pior, diz Swisher: Zuckerberg manteve essa mistura de extrema seriedade e ingenuidade intencional por muito tempo.

Será que, questiona a jornalista, enquanto propagava que seu objetivo era "conectar pessoas", o bilionário nunca previu que a rede social seria responsável por elas quando se comportarem mal? Há algumas semanas, Swisher voltou a entrevistar Zuckerberg, e essa e outras questões, infelizmente, diz a especialista, permanecem vivas e sem respostas. Ela conta que, ao pressionar o bilionário, ouviu frases como "provavelmente o Facebook se concentrava demais nos aspectos positivos e não em alguns dos aspectos negativos" ou “meu sentimento é um profundo senso de responsabilidade".

São respostas clássicas dos engenheiros do Vale do Silício, diz Swisher, o que evidencia uma manipulação da democracia. “Chame isso de educação de Mark Zuckerberg e Vale do Silício, mas com o dinheiro do mundo. Quanto isso custa – e vai custar – é provavelmente algo imensurável”.

Fonte: Redação ANJ. Leia mais: https://www.nytimes.com/2018/08/02/opinion/the-expensive-education-of-mark-zuckerberg-and-silicon-valley.html

 

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Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

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