Novidades sobre comunicação, educação, empreendedorismo, tecnologia, inovação e muito mais.

19 de Setembro de 2020

Saiba como perder o medo de participar de entrevistas de emprego em inglês

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Falta de profissionais fluentes na língua estrangeira faz com que brasileiros percam ótimas oportunidades de emprego. A professora de inglês, Roberta Falcão, explica como se preparar para vencer o medo e encarar os processos seletivos 

“Tinha uma vaga de emprego específica, que era a oportunidade dos sonhos - a minha cara, com um ótimo salário. Mas vi que um dos requisitos era inglês avançado, que seria testado em entrevista. Acabei desistindo do processo seletivo”, lembra Vanessa Barcellos. 

A situação da estudante de jornalismo e digital influencer de 23 anos confirma uma realidade já conhecida no mercado de trabalho brasileiro. “Bons profissionais perdem grandes oportunidades de emprego por não serem fluentes em inglês. Mas isso não precisa ser mais assim”, afirma Roberta Falcão, fundadora e professora da Ruby Academy, empresa que oferece cursos práticos e inglês in company

Também há pessoas que indicam o nível avançado nos currículos, em referência a cursos que concluíram, no entanto, não conseguem sustentar uma entrevista em inglês. “É difícil aferir o que é fluente, o que é avançado, básico. Os candidatos acabam tendo dificuldade. Às vezes, não é má fé”, explica Débora Nascimento, diretora geral do Grupo Capacitare e diretora de Comunicação da ABRH-RJ 

Mas a busca por ʽentrevista em inglêsʼ no Google Trends, que atingiu o pico em 2020, entre o final de julho e o início de agosto, indica que o mercado continua demandando e os candidatos ainda precisam de soluções que os ajudem a encarar um processo seletivo em inglês.  

A insegurança com a língua também prejudicou Filipe Pavão. “Sinto que não estou preparado. Aquele receio de ter brancos me persegue, já que tenho mais dificuldade com vocabulário. Fiz curso de inglês por muitos anos, mas nunca senti a segurança necessária para me comunicar”, afirma o produtor de conteúdo digital.

São vários os mecanismos e etapas utilizados para aferir o nível de inglês dos candidatos durante um processo seletivo, inclusive com consultoria de empresas do ramo. Em geral, as áreas de Recursos Humanos realizam parte das entrevistas no idioma estrangeiro para avaliarem o desempenho oral. Além disso, são aplicadas provas de gramática e redação. 

Roberta Falcão explica que o mais importante é treinar as perguntas que podem aparecer porque geralmente são as mesmas de uma entrevista em português, só que feitas em inglês. 

“Temos um curso completo preparatório de inglês para entrevistas. Se o aluno já tem um nível intermediário, com poucas aulas já consegue se sentir preparado para encarar o desafio”, confirma Roberta. 

Outra estratégia de estudo é focar nas falhas recorrentes dos candidatos para evitá-las ao máximo. “Os erros mais comuns são de conjugações verbais, vocabulário pobre ou simplesmente falar uma palavra em português com sotaque em inglês. Não é o que queremos para nossos alunos”, afirma Roberta.

Durante a pandemia, também tem sido solicitado que os candidatos se apresentem por vídeo, em inglês. As metodologias que estão na vanguarda do ensino de inglês colocam o aluno no centro da aprendizagem, exercitando desde o início a independência necessária para superar testes como esse, por exemplo.

Na Ruby Academy, segundo Roberta, é utilizada a abordagem comunicativa, o que significa que “o aluno vai ser apresentado ao um tópico com recursos visuais e orais e, através dos resultados produzidos em aula é que é pontuada a parte gramatical”. 

Outro fator fundamental é buscar algum método que ajude a manter a tranquilidade. “Cada um tem sua tática, mas eu sugiro respirar fundo e fazer uma meditação relaxante”, finaliza. 

Evolução na língua depende de estudo constante 

A maneira mais rápida de evoluir o nível do inglês é estudar entre uma lição e outra do curso. “Os alunos têm a falsa impressão de que assistindo às aulas o conteúdo vai entrar por osmose. Mas nós só aprendemos por repetição. Portanto, é muito importante estudar o vocabulário das aulas, criar frases, ler textos”, indica a professora da Ruby Academy.

Roberta lembra que até quem sofre com a falta de tempo para se dedicar ao inglês já conta com novos recursos para se adaptar. “Hoje em dia existem modelos de ensino on-demand, com aulas gravadas, que facilitam o aprendizado para quem tem uma agenda muito corrida”, afirma.

Para esse estudo extraclasse, não há regras. É possível assistir filmes, escutar músicas, escrever um diário, ler jornais digitais de outros países. Além disso, existem vários aplicativos disponíveis no mercado ideais para estimularem o uso do inglês entre as aulas. Algumas das opções mais famosas são o Duolingo, Mondly e o HiNative - no qual é possível ter conversas com nativos. 

Esse processo prévio de estudos fará toda a diferença na hora de se preparar para concorrer a uma oportunidade de trabalho que exige o inglês.

Mercado aberto para fluentes 

Em geral, a oferta de vagas que pedem fluência no inglês vem de empresas multinacionais, que têm contato com suas unidades no exterior ou recebem profissionais de fora nos seus escritórios no Brasil. 

Mas, independente dessa demanda, a língua se tornou um plus no currículo de qualquer profissional que queira seguir a tendência do mercado mundial.  

“Quando tem uma gama de candidatos para avaliar, você busca diferenciais. Hoje, você olha o inglês como grande potencial de futuro para desenvolvimento em uma empresa”, explica Débora Nascimento. 

Índice de Proficiência em Inglês da Education First mostra o Brasil em 59º lugar, em 2019 - uma das piores posições da América Latina e a sua colocação mais baixa desde o início do índice, em 2011. Ou seja, há um caminho que precisa ser percorrido o quanto antes.

Se negar a participar de entrevistas por medo ou falta de qualificação na língua inglesa não pode ser mais empecilho para os profissionais brasileiros. E mentir sobre o nível de inglês nos currículos não é uma opção. 

“Você frustra o recrutador, frustra a empresa porque estavam acreditando naquela sua informação, no seu currículo e aí acaba fechando uma porta”, reforça a diretora geral do Grupo Capacitare.

De toda forma, ter conhecimento no idioma e confiança para performa-lo são passos essenciais na construção de uma carreira bem sucedida. 

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Sobre Juliska

Juliska Azevedo é jornalista natural de Natal-RN, com larga experiência em veículos de comunicação e também assessoria de imprensa nos setores público e privado.

+ Leia mais

Categorias